1 de Abril de 2009 – Náufragos do sonho

refugeesÉ irónico que uma notícia destas surja no dia «dos enganos». Sucede que, desta vez, não é engano. Mais de 300 corpos perderam a vida, enquanto atravessavam um mar, em busca de um sonho. O sonho da liberdade, de uma vida melhor, o sonho de, simplesmente, fugir ao pesadelo em que vivem. A realidade dos migrantes ilegais africanos é, quase inevitavelmente, esta. Tentam a sua sorte na Europa, no velho continente, espraiado ao longo do Mediterrâneo, tão perto e tão longe de onde e como vivem. Em Lampedusa ou em Tripoli, na Sicília ou no sul de Espanha há já associações que se dedicam a apoiar os que conseguem chegar a terra firme, e têm a sorte de não deixar o sonho interrompido. Desta vez, não aconteceu assim. Os números não são muito precisos. Apenas se sabe que o naufrágio se deu a cerca de 30 quilómetros da costa da Líbia e que apenas uma das embarcações terá conseguido voltar sem perder ninguém. Para trás terá ficado um «mar» de corpos, cerca de 300 desta vez, perfazendo mais de 5000 em dois anos. Náufragos de um sonho por concretizar.

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