Cinco anos depois dos atentados na estação ferroviária de Atocha, em Madrid, volta a tocar-se, mesmo que ao de leve, na ferida do medo, da vulnerabilidade a que estamos sujeitos, mesmo com a omnipresença da videovigilância ou da facilidade em localizar alguém através das tecnologias que usa (multibanco, telemóvel, etc.). Também o Tibete volta a estar na ordem do dia, quando passam 50 anos da ocupação chinesa, ou, mais brandamente, da altura em que a China «passou a chamar China também ao Tibete». O próprio Dalai Lama endureceu o seu habitual discurso de fluida harmonia e equilíbrio, insurgindo-se claramente contra esta imposição de uma nacionalidade pela força a um território que pugna por ter outra autonomia. Neste preciso dia, Tim Kretschmar, de 17 anos, entrou armado com uma pistola «Beretta» e um cinto de explosivos numa escola de Winnenden, na Alemanha, disparando aleatoriamente contra quem se foi cruzando no seu caminho. À saída, continuou a saga, disparando contra civis e contra a própria polícia alemã.
Estes são apenas três exemplos de violência e de força, em que as principais vítimas são absolutamente inocentes. São condicionadas na sua vida quotidiana, são privadas da sua liberdade e da sua identidade, são invadidas pela violência absolutamente inexplicável. Uma força contra a qual, curiosamente, parece que cada vez temos menos armas para combater.