Anadia volta a ter cineteatro dez anos depois
Público: 05.02.2009, Maria José Santana
Após dez anos em que esteve privada de um espaço onde pudesse ver teatro, cinema ou assistir a um concerto, a população de Anadia volta hoje a contar com um cineteatro. O equipamento conta agora com um auditório com 270 lugares, cafetaria e foyer e resulta de um investimento de 2,1 milhões de euros, comparticipado, a 60 por cento, por fundos comunitários.
O cineteatro, que será inaugurado pelo Presidente da República, Cavaco Silva, pelas 21h30, vem preencher uma “lacuna” sentida após o encerramento do antigo Cineteatro S. Jorge. “Durante décadas, a população do concelho acorreu a esta sala para assistir a um bom cinema ou espectáculo, mas a degradação do edifício acabou por ditar o seu encerramento”, recordou Litério Marques, presidente da câmara municipal. Após o fecho, a autarquia ainda ponderou recuperar o edifício. Contudo, o Ministério da Cultura “reprovou a ideia, uma vez que não havia condições de adaptar a velha sala de espectáculos às novas normas de funcionalidade”, recordou Litério Marques.
Com a alteração de planos, acrescenta o autarca, Anadia recebe “uma sala multifuncional, moderna e de qualidade”, “com excelentes condições para acolher tanto as realizações do tecido associativo local, como grandes espectáculos nacionais e exibições regulares de cinema”, sublinha. O equipamento ocupa 2180 metros quadrados e dispõe de parque de estacionamento.
Pedrógão Grande: QREN financia sala de espectáculos
Público: 05.02.2009
A Câmara Municipal de Pedrógão Grande, no Norte do distrito de Leiria, vai construir a primeira sala de espectáculos do concelho, uma obra só possível com o financiamento do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). “É uma obra de que o concelho precisa urgentemente, mas que, sem o apoio do QREN, se tornava impossível”, admitiu ontem à agência Lusa o presidente da autarquia, João Marques (PSD). A obra, denominada Casa da Cultura/Cine-Teatro, no valor de 1,2 milhões de euros, tem uma comparticipação de 50 por cento de fundos comunitários.
Ambas as notícias foram publicadas no jornal Público de ontem. O desafio é pensarmos o que é que estes municípios têm que nós não temos.
Para além das duas câmaras que mencionaste serem actualmente PSD, e uma delas ter ligeiramente mais população que Arouca, enquanto a outra, tem cerca de sete vezes menos, haverá aqui talvez, uma grande diferença na sensibilidade cultural entre estas duas câmaras e a de Arouca.
Para evidenciar isso mesmo, está o facto da actual câmara arouquense (PS) não ter definido até ao momento, um pelouro da cultura, o que diz muito sobre a posição deste edil em relação à cultura do nosso concelho.
Mas a verdade seja dita, esta mesma câmara, cerca de um ano atrás, presentou uma proposta sobre este assunto. Mas o que mais espanta nisto tudo é que, aparentemente, a oposição (leia-se PSD/UPA) é que acaba (ou acabou) por ser o entrave nesta questão.
Será justo dizer que os políticos do PSD/UPA não tem sensibilidade cultural? Ou são os do PS? Ou neste assunto em particular, será que todos querem ficar com os louros de finalmente Arouca vir a ter um Auditório, a ponto de inviabilizar uma proposta só por birra?
Que sentido faz ter uma Academia de Música?
Que sentido faz ter tantas Bandas de Música?
Que sentido faz ter-mos Grupos Corais?
Que sentido faz ter-mos Grupos de Teatro?
Que sentido faz contribuir todos os dias para a nossa cultura local se não a podemos compartilhar de forma diga?
Que sentido faz convidar gente de fora se não temos as condições mínimas decentes para oferecer?
Eu sei que nestas coisas há prioridades a ter em conta, e que é preciso analisar em pormenor todas as opções mas, há quanto tempo andamos a fazer isso? Eu diria, há décadas.
Não podemos perder as oportunidades de forma tão leviana quando elas nos surgem.
Por um Auditório em Arouca já fazia sentido uma petição on line.