28 de Janeiro de 2009 – Este ano, o mundo pode chegar aos 50 milhões de desempregados

davos

Todos nos damos conta de que trabalho precário é, cada vez mais a regra. Estima-se que mais de 50% da população activa mundial é vítima desta situação. As «economias desenvolvidas» lançaram no desemprego 900 mil pessoas, em 2008. Os «países em desenvolvimento», 3 milhões e meio. Isto, logicamente, gera dificuldades, que geram dificuldades, que geram dificuldades… É isto a Economia, é isto a Globalização. Nos países ditos «em vias de desenvolvimento», prevê-se que, em 2009, 200 milhões de pessoas vivam com menos de 2 dólares por dia. No mundo inteiro, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) prevê que cheguemos aos 1400 milhões de pessoas a viverem no limiar da pobreza. Falamos de 45% da força de trabalho mundial. Se as coisas continuarem assim, a OIT fez as contas, e chegou ao número provável de 30 milhões de pessoas que ficarão sem trabalho, durante este ano. Se as coisas piorarem, o número pode chegar aos 50 milhões.

É este cenário que vai, com certeza, servir de mote ao Fórum Económico Mundial, que se realiza em Davos, na Suíça. Numa altura em que os governos se vêem forçados a intervir nas economias, não será de estranhar o facto de o grosso dos participantes serem, precisamente, políticos. Noutras edições do Fórum, eram frequentes as festas e um certo «glamour», o caviar e as manifestações dos grupos anti-globalização. Os tempos de crise, precisamente o que servirá de mote aos debates, fazem com que tudo isso seja menor este ano. Estarão presentes cerca de 2500 participantes, vindos de 96 países, entre políticos, académicos e empresários.

Esta será, portanto, uma boa altura para se procurarem respostas para tudo isto que nos aflige. Será, talvez, uma boa altura para os políticos, também os portugueses, se aperceberem de que mais do que estarem preocupados com a salvação das empresas ou com o investimento público, será tempo de se preocuparem com os empregos. Criar e manter emprego estável e acentuar as preocupações sociais será um pensamento muito mais sustentável do que «remendar» situações que a Globalização e os seus frutos tornarão, a médio (se não a curto) prazo, inevitáveis.

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